Mas a cultura segregacionista, nos moldes da americana, não foi aplicada no Brasil.
Temos um passado de miscigenação, de entrelaçamento dos povos, que fizeram o país que conhecemos.
Se segregamento existe, é em face do pobre, e não em virtude da cor da pele.
Porque tem menos oportunidades aquele que estudou nas escolas públicas do Brasil moderno. Escolas sucateadas, com professores desmotivados e mal preparados. Esse alguém que mora no subúrbio, gasta uma hora e meia para chegar ao trabalho e recebe um salário-mínimo por mês.
Ainda que consiga freqüentar um curso superior, terá inevitavelmente um rendimento menor do que os colegas bem nutridos, com tempo para o estudo e o ócio.
Temos advogados, juízes, promotores, industriais, médicos e esportistas, negros. Seus filhos poderão herdar a cor. Teriam essas crianças mais direitos do que os brancos que moram na periferia e cursam o ensino público? Poderíamos então pensar, para o critério de admissão, dois requisitos: o racial e o cursar a escola pública.
Já foi mais do que provado que pertencemos à mesma raça. Por outro lado, se pensarmos a questão da pele, como resolver a questão de irmãos, em que um é branco e o outro, negro? Absolutamente provável, segundo a ciência e estudado nos bancos escolares, ainda no ensino fundamental.
Por último, em sendo todas as questões acima propostas resolvidas, igualmente seria inadmissível o sistema de cotas. Se por um lado, seria endossar a falta de estrutura e o mau ensino que o governo tem fornecido à população, por outro, cometeríamos o ferimento de princípios constitucionais, tanto relativamente à adoção de uma atitude nitidamente racista quanto afrontando a dignidade da pessoa humana – bem assim dos não beneficiados pelo sistema de cotas e como pelos segregados pela nova sistemática.
Concluindo, é possível afirmar que a medida defendida pelo governo é demagógica e falaciosa. Não resolve o problema, que não pretende resolver. Uma política afirmativa seria fornecer bons cursos preparatórios para os vestibulares, destinados aos alunos do ensino público. Distribuídos de modo a que toda a população de baixa renda tivesse acesso. Seria uma solução. Se o governo, realmente, quisesse resolver o problema do ingresso das minorias (em tão grande número, pois, não?) às escolas de excelência.
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Maria da
Glória Perez Delgado Sanches
Membro Correspondente da ACLAC –
Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências de Arraial do Cabo, RJ.
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