Você sonha fazer faculdade de jornalismo, trabalhar em um grande jornal e se tornar correspondente no exterior. Mais: viver nos Estados Unidos que, segundo divulgam em seus filmes, é a pátria da democracia.
Errado: é a pátria da propaganda.
Reporter correspondente do
jornal O Estado de S.Paulo, Claudia Trevisan passou por momentos de angústia ao
ser detida nas instalações da Universidade de Yale.
Não
foram lidos seus direitos, não foi permitido um telefonema.
A
justificativa para a detenção é pífia e inverossímil.
Somos
os cucarachas*; eles, os "donos do mundo".
Abaixo, a reprodução de duas notícias divulgadas neste final de semana, além da íntegra do comunicado de Yale.
Em quem você acredita?
Fosse o episódio no Brasil?
Abaixo, a reprodução de duas notícias divulgadas neste final de semana, além da íntegra do comunicado de Yale.
Em quem você acredita?
Fosse o episódio no Brasil?
*
Referência a Memórias de um Cucaracha, de Henfil. Leia. Vale a pena.
A repórter correspondente
nos Estados Unidos do jornal O Estado de S. Paulo, Claudia
Trevisan, foi presa pela polícia da Universidade Yale, em New Haven, no estado
americano de Connecticut. A repórter cobria a participação do presidente do
Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, em um evento privado da
universidade. Claudia foi algemada e detida por cinco horas e autuada ainda por
invasão de propriedade. De acordo com o Estadão deste sábado
(28/9), o caso foi acompanhado pelo consulado brasileiro de Hartford, capital
do estado, e pelo próprio ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto
Figueiredo, que estava em Nova York. Segundo relato da repórter, ela foi presa
após entrar livremente no campus da universidade e pedir informações ao
policial sobre o local do evento. O oficial a deteve sem mesmo realizar a leitura
obrigatória de direitos, o que é ilegal naquele país. A repórter conta ainda
que teve o direito a um telefonema negado e foi posta numa sela com um vaso
sanitário apenas, por cerca de três horas e meia. A repórter havia
comunicado sua presença à assessoria de imprensa da instituição e ao próprio
ministro Joaquim Barbosa, que a aguardaria do lado de fora do edifício, para
ser entrevistado.
Fonte: Folha
de S.Paulo
Reporter Claudia Trevisan é detida ilegalmente nos Estados Unidos
A
correspondente do Estado foi detida por quase cinco horas quando
tentava localizar o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa,
que participava de um seminário na universidade sobre direito constitucional.
Ela foi algemada, mantida em um carro policial e, depois, numa cela do
departamento de polícia da universidade. A jornalista brasileira foi libertada
após autuação por "invasão de propriedade".
No comunicado
- assinado pelo secretário de imprensa Tom Conroy -, Yale reafirma o motivo da
prisão e diz que "a polícia seguiu os procedimentos normais, sem que a
sra. Trevisan fosse maltratada".
A jornalista
se disse surpresa com a afirmação. "Algemas são coisas dolorosas para
usar. Ser impedida de fazer um telefonema durante cinco horas é uma violência
terrível. Ser tratada como criminosa e colocada em uma cela, onde você precisa
fazer xixi na frente de policiais, é uma humilhação extrema", afirmou.
"Em todo esse processo, ninguém de Yale tentou ouvir a minha versão dos
fatos. Surpreende-me, pois é uma faculdade de direito.
ÍNTEGRA
Antes de
chegar ao Campus da Universidade Yale no dia 26 de setembro para tentar
entrevistar o ministro Barbosa, a sra. Trevisan já sabia que o Seminário
Constitucionalismo Global ministrado por ele seria um evento privado, fechado
para o público e para a imprensa. Ela invadiu a propriedade de Yale, entrou na
Faculdade de Direito sem permissão e quis entrar em outro prédio onde os
participantes do seminário estavam.
Quando ela
foi questionada sobre o motivo pelo qual estava no prédio, ela afirmou que
estava procurando um amigo com quem pretendia se encontrar. Ela foi presa por
invasão de propriedade. A polícia seguiu os procedimentos normais, sem que a
sra. Trevisan fosse maltratada. Apesar de justificada a prisão por invasão, a
universidade não planeja acionar a promotoria local para levar adiante a acusação.
A Faculdade de Direito e a Universidade Yale acomodam
milhares de jornalistas ao longo do ano para eventos públicos no campus e entrevistas
com membros da comunidade de Yale e visitantes.
Assim como todos os jornalistas, a sra. Trevisan é
bem-vinda para participar de qualquer evento público em Yale e falar com
qualquer pessoa que desejar lhe conceder entrevista.
TOM CONROY,
SECRETÁRIO DE
IMPRENSA DA UNIVERSIDADE YALE
IMPRENSA DA UNIVERSIDADE YALE
Fonte: O
Estado de S.Paulo
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Maria da Glória Perez Delgado Sanches
Membro Correspondente da ACLAC – Academia Cabista de Letras, Artes e Ciências de Arraial do Cabo, RJ.
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